“Então disseram uns aos outros; não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso agora vamos, e o anunciemos à casa do rei” II Rs.7.9
No ano 853 a. C. O rei da Síria, Ben Hadade, reuniu todo seu exército e cercou a cidade de Samaria, capital do reino do Norte. A escassez de alimentos era tão grande que a cabeça de um jumento era vendida por 80 siclos de prata, e o esterco de pombas (que era usado como combustível) era vendido por 5 siclos, mesmo assim eram mercadorias difícil de serem encontradas.
A gravidade da crise atingiu uma proporção tão tamanha que a fome gerada por aquela circunstâcia devastadora que duas mães em pleno desespero de causa e completamente desorientadas por não saberem o que fazer, decidiram comer os próprios filhos. A drástica atitude daquelas mães aflitas só serviu para acrescentar mais problemas ao rei que ao passar sobre os muros da cidade, encontrou uma delas angustiada porque o que havia sido combinado entre elas não foi cumprido por uma das partes, pois, como ela mesma narra: num dia comeram seu filho e quando chegou a vez da outra sacrificar o próprio filho não o fez, agora seu maior anelo é que justiça fosse feita e para tanto, estava pedindo a intervenção do rei.
Enquanto se davam esses acontecimentos, quatro leprosos famintos estavam junto à porta da cidade. De repente decidiram entrar na cidade, sem se importarem se com essa atitude seriam mortos ou não, aliás, na mente deles com certeza passou a idéia uqe de qualquer maneira iriam morrer, ou de fome, ou por transgredirem a regra de aproximarem-se de alguém ou pela própria doença. Certos de que a única esperança de que dispunham era morrer de qualquer modo, pelo menos tomaram uma nobre decisão: Morrer, sim, porém, nunca de braços cruzados!
Com essa atitude entraram na cidade e qual não foi a surpresa deles, acharam prata, ouro, comida e vestes. Diante de tanta fartura comeram até se fartarem. Em um dado momento, entreolharam-se e chegaram à conclusão do versículo em apreço. O que eles disseram?
Não fazemos bem – Ao pronunciarem essas palavras, mostraram que suas consciências foram despertadas. Havendo estado famintos e prestes a morrer, mas agora, estando alimentados e diante de tanta fartura, estavam conscientes de que não podiam desfrutar sozinhos de tanta comida, enquanto uma cidade inteira estava perecendo de fome. Eles não foram egoístas!
Este dia –Aquele dia para eles era um dia diferente de todos os outros que já tinham vivido. A poucas horas estavam a ponto de morrer, sem explicação e sem nenhum mérito da parte deles foram favorecidos com a dupla benção: primeiro a de se fartarem e segundo a de continuarem vivos. Este dia bem que simboliza o dia da graça. Afinal, tal e qual aqueles leprosos, nós também estávamos perecendo de fome e condenados a morte eterna; sem nenhum mérito da nossa parte fomos favorecidos com a salvação, nossa fome foi saciada e estamos vivendo cada dia na dispensação desta maravilhosa graça! (Leia Jo.9.4 e II Co.6.2)
É dia de Boas Novas – O que eles haviam encontrado e a experiência que eles tiveram levou-os à conclusão de que aquele dia era um dia diferente, era um dia de gozo, era um dia de boas-novas. É exatamente essas boas-novas que o mundo inteiro precisa ouvir . A nação de Israel foi escolhida para ser portadora de boas-novas (Leia Is.40.9; 52.6-10), mas falhou em sua missão. Em razão disso, Deus não podia ficar sem testemunha, portanto, no lugar de Israel, Ele levantou a Igreja, constituída tanto de judeus como de gentios, através da redenção efetuada na cruz por Jesus Cristo. Hoje a Igreja de Jesus Cristo é a portadora de boas-novas para o mundo. A Igreja tem a melhor notícia que o mundo precisa ouvir. JESUS CRISTO ESTÁ VIVO, JESUS CRISTO SALVA, JESUS CRISTO CURA, JESUS CRISTO LIBERTA E BATIZA COM O ESPIRÍTO SANTO! (Leia Mt.28.1-8; Mc.16. 9-20; Lc. 24.9,45-48; Jo.20.11-18).
E nos calamos – A Bíblia afirma que há tempo para todas as coisas, inclusive para “falar” e para “se calar”, mas se existe algo na Bíblia que não está relacionada ao fator tempo é a pregação do Evangelho. Paulo orientou seu filho na fé, Timóteo, escrevendo o seguinte: “Conjuro-te pois diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino. Que pregues a palavra a tempo e fora de tempo...” (II Tm. 4.1,2a). Os leprosos tiveram a consciência de que não podiam ficar calados diante de tanta fartura quando haviam tantos que estavam condenados a morrer. Nós de igual modo também devemos ter a mesma consciência. Não podemos estar calados, cada dia estamos sendo alimentados com aquilo que Deus tem providenciado para nós. Somos os atalaias de Deus para essa geração. Como testemunhas de Jesus, precisamos exercer a nossa atividade de profetas, não no sentido de predizer o futuro, mas como proclamadores do propósito salvífico de Deus consumado na cruz do Calvário, com a morte de Jesus Cristo, para com o homem que Ele criou. (Leia Ez.3. 17-21; Is. 62. 1,6,7).
Se esperarmos até a luz da manhã – Os leprosos se conscentizaram da urgência. Não podiam ficar esperando a chegada do outro dia para levar as boas notícias ao rei de Samaria e a cidade. Escatologicamente falando, a luz da manhã é o outro dia que está para chegar, e segundo algumas profecias bíblicas, será um dia de “trevas espessas” “de angústia” “de aflição” (Is.13.4-6; Jr.4.19; Ez.7.7-10; Jl.2.1-2; 3.14; I Pe.3.1-10). Assim como os leprosos decidiram,nós também não podemos esperar que chegue esse “outro dia”, mesmo porque o Senhor Jesus afirmou que “o dia de amanhã não nos pertence”. “Trabalhemos enquanto é dia, anoite vem, quando ninguém pode trabalhar”, Jo 9.4.
Algum mal nos sobrevirá – Que bela lição! Eles estavam certos de que se ficassem acomodados, somente desfrutando da fartura que tinham encontrado, sem anunciar aos demais que estavam famintos, fatalmente eles sofreriam as duras penas de algum castigo. Ao analizarmos esse sentimento dos leprosos, somos chamados à atenção para as palavras do profeta Ezequiel no capítulo 33. 1-9.(É bom que seja lido).
Pelo que agora vamos – Não ficaram confabulando, simplesmente decidiram: “agora vamos”! Esta foi uma decisão muito sábia que os leprosos tomaram. Se tinham de compartilhar a benção, não havia razão para demora. A hora era aquela! A Igreja hoje não pode ter uma atitude diferente da dos leprosos. O tempo urge! Milhares estão perecendo com fome da Palavra de Deus. Já fomos grandemente abençados com esta salvação tão poderosa. Não podemos estar a nos fartar, dia após dia, quando há tantos que nem sequer sabem que Jesus é o Pão da Vida que sacia a fome da humanidade. O Novo Testamento, em sua maioria, foi escrito no grego, língua que não conjuga o verbo como no Português. A determinação ao “ide” de Jesus expressa a continuidade imediata da geração de discípulos. O “ide” de Jesus é imperativo e expressa a ação imediata. O grego conjuga somente o passado e futuro. O presente é uma ação que ao se tornar ativa, passa para o passado. Então o “ide” de Jesus, reflete a conjugação do verbo no gerúndio – “indo”. Ao conhecermos o Senhor, e no discipulado sua ordem, devemos colocar os pés no caminho (“indo”) para testemunhar e fazer outros discípulos. A Igreja Primitiva cresceu em ação da palavra do Senhor. Os discípulos levaram a sério a ordem do Senhor: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram”. (M.16.20) Façamos como os leprosos: Vamos agora! (Mt.21.28; Lc.14.21)
E o anunciemos à casa do rei – Aqueles leprosos estavam verdadeiramente conscientizados de que transmitir as notícias alvissareiras de que eram portadores, era acima de tudo uma questão de dever. O apóstolo Paulo também foi despertado por essa consciência quando escreveu à igreja que estava na cidade de Corinto: “...me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (I Co.9.16). Sobre a Igreja pesa a responsabilidade de “anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (I Pe.2.9). Não podemos prescindir do sublime dever para o qual fomos chamados.
A lepra na Bíblia é símbolo do pecado. Nós estávamos na condição de leprosos, espiritualmente falando. Portanto, condenados à morte e morte eterna. Um dia porém, encontramos muita fartura, quando a luz do Evangelho brilhou em nossos corações. Estamos saciados, estamos ricos da graça de Deus, os leprosos de Samaria eram participantes dos despojos, nós por mercê de Deus, somos participantes das “riquezas da graça” e “das riquezas da glória” (Ef.1.7, 18). Deus nos abençoou “com todas as bençãos celestiais em Cristo Jesus” (Ef.1.3). Deus “nos deu tudo o que diz respeito à vida e a piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude” (II Pe.1.3). Não podemos ser egoístas, ficando com essas benesses só para nós, temos o santo dever de compartilhá-las com todos aqueles, que como nós outrora, estão sentenciados a morrer. Sigamos o belo exemplo daqueles quatro leprosos. Permitamos que nossas consciências sejam verdadeiramente despertadas para o fato de que se não fizermos alguma coisa por aqueles que estão morrendo, algum mal, também nos sobrevirá, pelo que, reajamos como eles, e sem perca de tempo, vamos agora mesmo e anunciemos as boas novas de salvação!
4 comentários:
Quantas vezes nos calamos, sem divulgar o amor de Deus, quantos vezes não fizemos a vontade do Senhor Jesus??? Mais vamos muda isso, vamos ser o seu servo fazendo a tua vontade...
Acabamos de criar o nosso blog, adorei o seu, vamos trocar mensagens...
Esperamos a sua visita...
www.bastaterfe.blogspot.com
Que Deus te abençoe...
realmente,diferente da atitude dos leprosos muitos de nós estamos "obesos"espiritualmente,enquanto muitos estão com fome do Pão vivo.despertemo-nos para levar este Pão aos famintos
é da onde se menos espera que vem o socorro.Ô Senhor me perdoe e me ajude.
gostei muito dos estudos
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